Os novos condomínios residenciais paulistanos investem cada vez mais em áreas de lazer e serviço
Chamados de “clubes”, os novos condomínios residenciais paulistanos investem cada vez mais em áreas de lazer e serviço, como salas de cinema e de jogos, lan house, salão de beleza, espaço para ensaios de banda e ateliê de artes.
Em muitos empreendimentos, também há espaços para animais. São locais para banho e tosa, áreas com brinquedos e equipamentos para treinamento —”agility” (com obstáculos) ou “pet play”— e gramados onde podem ficar soltos.
Hoje, 15 dos empreendimentos da construtora Tecnisa contam com espaços para bichos. Nos últimos três anos, 37% dos imóveis lançados pela incorporadora You,Inc em São Paulo tinham “pet places”. E, desde 2000, 80% dos prédios da Brookfield passaram a contar com esse tipo de espaço.
Para a arquiteta Thaís Fornazari, da You,Inc, a tendência veio para ficar. “Desde a criação do conceito ‘condomínio clube’, incorporamos ambientes pet como um padrão”, diz.
‘PET PLAY’ E ‘PET CARE’
O “pet play” vem com equipamentos para treinamento, como rampa, túnel e um arco para saltar. São espaços em que os animais podem correr e brincar. Locais assim estão previstos nos condomínios Central Life e Pateo Mondrian, da Gafisa, ainda em construção, no Mïstï Morumbi, lançado em maio deste ano, e no Downtown Genebra, da Setin.
Em edifícios da incorporadora Brookfield, foi criado o Pet sem Stress, com uma consultoria de veterinários. Alguns imóveis também contam com um treinador para os percursos de agility. No Vanguarda – Caminhos da Lapa, lançado em 2013, foi criado uma área com brinquedos “inteligentes”, como uma ponte e um labirinto para serem usados sem ajuda de profissional.
No caso do “pet care”, a estrutura costuma ser simples: bancada, gancho para fixação de coleira, tanque de lavagem, chuveirinho e secador. Mas auxilia no dia a dia de moradores. A advogada Marjory Borba, 26, levava sua gata Sisi para o veterinário semanalmente e gastava R$ 45 por banho. Hoje, é ela quem lava, sem custos extras, o bicho no “pet care” do condomínio You, no bairro da Saúde, na zona sul. “Para o animal, é muito mais tranquilo, porque ele sabe que está na própria casa”, diz.
Já a dona de casa Caroline Mera, 32, levava seu cão da raça lhasa apso a cada 45 dias para banho e tosa —gastava R$ 50 a cada visita. Hoje, é sua filha de nove anos que usa o espaço do condomínio para dar banho em Guga. “É ótimo, não faz bagunça no apartamento pequeno”, conta.
Cada condomínio decide como irá administrar o espaço. Em alguns casos, um profissional é contratado para dar banho e tosa, em certos dias da semana, por um preço fixo. Em outros, o condômino pode dar banho no animal por conta própria ou contratar alguém.
Há, contudo, quem veja problemas nesses espaços. Marcos Salomão, morador do LIV Barra Funda, diz que já ouviu críticas com relação ao uso das áreas e ao cheiro dos animais. “O pior é que já encontraram dejetos de cães em elevadores! É mole?”
Gisele Santos Luca, da Tecnisa, afirma que, para evitar conflitos, o projeto deve separar ambientes destinados animais das áreas sociais. Em alguns casos, há rotas e elevadores específicos.
Créditos Estadão.