Desde 2011 são construídas cerca de mil unidades por ano na região, de acordo com estimativa do setor.
Um dos distritos mais valorizados da zona leste, o Tatuapé tem hoje um terço dos imóveis à venda na região, que compreende também os vizinhos Belém, Carrão, Mooca, Água Rasa, Vila Formosa e Vila Prudente.
Segundo dados da Geoimovel, há 1.280 unidades disponíveis na região, mais da metade delas pertencentes a empreendimentos lançados nos últimos 12 meses.
Ocupado por chácaras de famílias ricas, o bairro foi loteado no final do século 20 e passou a abrigar as de classes média e alta. De lá para cá, viveu um processo de verticalização e proliferação de comércio e serviços.
PÚBLICO-ALVO
Segundo o diretor de vendas da imobiliária Lello, Igor Freire, o distrito atrai principalmente famílias de classe média, mas a faixa de renda dos moradores varia.
“Vendemos apartamentos que vão de R$ 300 mil a R$ 4 milhões. Ê um bairro com muitas opções de comércio e restaurantes de todo o preço”, afirma.
Dos 33 prédios com imóveis novos disponíveis, 26 possuem opções entre dois e quatro dormitórios. Somente um tem todos os apartamentos com só um quarto.
A familiaridade com a região ajuda a atrair novos moradores, segundo Freire. “Quem compra imóvel geralmente tem família instalada por ali e quer ficar perto”, diz.
Segundo o economista-chefe do Secovi-SP (sindicato que representa o mercado imobiliário), Celso Petrucci, o aumento recente do número de empreendimentos condiz com o tamanho do bairro.
“Desde 2011, são oferecidas cerca de mil novas unidades por ano. Em 2010, no último censo, o Tatuapé tinha cerca de 75 mil habitantes.”
NOVO PLANO
Adriana Ferreira, diretora de marketing da construtora Marcanni, que lançou dois prédios, em 2011 e 2015, diz que o Tatuapé é hoje o bairro mais forte e promissor da zona leste. A empresa tem planos para lançar um novo edifício nos próximos anos.
Uma preocupação das incorporadoras é a adequação ao Plano Diretor, que passou a valer em julho de 2014, e determina que prédios próximos a corredores de ônibus e estações de metrô tenham menos vagas de garagem e mais apartamentos.
“Com apenas uma vaga, temos que pensar em como montar o empreendimento, porque casais com filhos geralmente têm dois carros”, diz Ferreira.
Petrucci, do Secovi-SP, diz que os prédios adaptados às novas regras só devem chegar ao mercado em 2016 ou 2017, mas que é difícil prever o futuro do bairro.
“Em termos de demanda, não vejo problema em continuar com mil unidades por ano, mas vai depender muito dessas leis”, afirma.
FOLHA DE S.PAULO – ESPECIAL MORAR – São Paulo – SP – 04/10/2015 – Pág. 10