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Morar perto do Trabalho é o sonho de todo Paulistano

por Lello Imóveis

O crescimento da população das cidades e o aumento do tempo de deslocamento diário de casa para o trabalho faz com que a vontade de morar perto do trabalho seja cada vez maior.

Diminuir essa distância seja uma constante entre os moradores de grandes centros urbanos. Júlia Rosin trabalha na Secretaria de Direitos Humanos de São Paulo e até o ano passado morava em São Bernardo do Campo, na região metropolitana da capital. “O tempo que levava para eu chegar ao Centro, às vezes, demorava duas horas, o que me deixava muito cansada e estressada”, conta. Ela aproveitou uma promoção a chefe de divisão estratégica do órgão e decidiu viver em uma região que tornasse sua vida mais confortável.

“Hoje, eu demoro 15 minutos a pé da porta da minha casa até a secretaria”, diz. A redução drástica do tempo de deslocamento faz com que Júlia agora possa dormir mais, ir e voltar para casa para almoçar e até mesmo fazer atividade física, rotina que não era possível antes.
Para a gerente de Locação da Lello imóveis, Roseli Hernandez, o mercado percebeu que existe uma mobilização muito grande das pessoas de não aceitar mais passar tanto tempo no trânsito.
“Hoje, principalmente os jovens, querem morar sozinhos e aproveitar a independência de morar perto do trabalho. Há alguns que nem tiram mais carteira de motorista, se deslocam de metrô, ônibus ou a pé”, diz.

Para a diretora de Condomínios da Lloyd Imobiliário, Ana Moscato, quem conseguem se mudar para atender essa demanda são pessoas que estão em uma fase mais voltada à carreira profissional.
“São pessoas que estão construindo um patrimônio. Elas ocupam um imóvel menor ou então dividem apartamento. Também há a questão da compensação financeira de não utilizar carros”, afirma.

Para Thiago Galbeno esse ponto foi importante. Ele optou por trocar a Vila Mariana por Pinheiros, para morar perto do bar que montou com o pai. “Somos sócios da Perro Libre, que é uma cervejaria artesanal, e além de distribuir decidimos abrir o bar. Já temos um em Porto Alegre e sabemos que as vantagens de morar perto são impagáveis, principalmente pelo conforto que isso traz.”

Ele argumenta que o fato de seu bar encerrar as atividades durante a madrugada também tem de ser levado em conta. “Trabalhamos com bebida alcoólica e consumimos também, então não dirigimos. Voltamos para casa de Uber ou táxi, então, agora, vamos economizar nesse sentido.” Galbeno é paulista, mas morou na capital gaúcha por duas décadas, tendo voltado para São Paulo há dois anos. “Onde eu morava demorava quarenta minutos por percurso para chegar. Ganhamos na tranquilidade”, diz.

Quarenta minutos é justamente o tempo médio gasto pelo paulistano no deslocamento para o trabalho e, depois, mais 40 minutos na volta para casa. Ao menos para quem reside em áreas mais centrais. A conclusão consta de artigo publicado no Congresso de 2017 da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), pelos pesquisadores Pedro Guedes, Bernardo Loureiro e Romero Galvão Maia, do coletivo Medida SP, e teve como base informações do último censo. Em áreas um pouco mais afastadas, o tempo pode chegar a duas horas.

Com base em estudos internos, a gerente de Inteligência de Mercado do Grupo ZAP Viva Real, Cristiane Crisci, diz que o tempo de deslocamento de casa para o trabalho é apontado como um dos fatores que mais é levado em consideração para quem está em busca de qualidade de vida. Entretanto, ainda é uma minoria que pode dispor desse “luxo”. “Cerca de 30% das pessoas percorrem até 5 quilômetros para ir e voltar do trabalho. Então, a grande maioria depende de algum meio de transporte para chegar ao trabalho.”

Fábio Arcanjo trabalhou por nove meses na unidade da Dow Química instalada em Candeias, na Bahia, antes de ser transferido para a sede de São Paulo. Ele levou cerca de três semanas para decidir onde morar, no bairro de Santo Amaro, mas nunca teve dúvidas de que preferiria morar o mais próximo possível da empresa. “Vendi meu carro e a prioridade era ficar perto. Levei em consideração o que eu sempre ouvia falar de São Paulo, e vejo hoje estando aqui, que é a questão dos engarrafamentos.”

Poucas opções.

Na capital paulista há um ano, ele conta que uma das queixas que tem é que a região, próxima aos shoppings Morumbi e Market Place, fica um pouco isolada e tem poucas opções de lazer. “É uma escolha. Quando tenho de sair e ir para o Ibirapuera ou Paulista, especialmente aos domingos, é um pouco cansativo. Mas poderia ser cansativo de segunda a sexta”, avalia.
O presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Flávio Amary, lembra que a cidade tem dificuldades com o transporte coletivo e que isso influencia quem decide morar mais perto do trabalho.
Ele cita as características das residências ocupadas pelo morador com esse perfil. “A maior parte é de imóveis de um dormitório, às vezes pequenos estúdios, mas que permite (pela localização) ao ocupante andar a pé para se deslocar. Não precisa de carro, de metrô, de nada, porque ele está muito próximo do local de trabalho.”
O presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP), José Augusto Viana Neto, diz que o público que ocupa esses imóveis em bairros mistos (que tem características comerciais e residenciais), normalmente é de uma faixa econômica mediana e que dá preferência a residências individuais. “Eles estão mais perto de estações de ônibus, de metrôs, hospital, feira livre, hipermercado… Tudo isso tem uma certa valorização.”

Candidato a Emprego que Reside longe pode até ser Barrado

Se por um lado os profissionais procuram morar perto do trabalho, de outro, as empresas podem evitar contratar quem mora longe. De acordo com o gerente da recrutadora Page Personnel, Renato Trindade, essa postura se transformou em uma tendência.
“Profissionais felizes e descansados produzem mais, criam mais, se organizam melhor e conquistam mais resultados. As empresas olham para a distância (da residência do candidato), porém um excelente candidato não será descartado diretamente pela distância do trabalho”, afirma.
Ele ressalta, no entanto, que existe uma preocupação cada vez maior com a qualidade de vida dos funcionários por parte das organizações, e que passa pelo tempo de deslocamento. “Esse equilíbrio passa por novos conceitos como home office, incentivo à formas alternativas de transporte na cidade, carga horária flexível”, afirma.
A analista da Dow Química Tamires Silvestre, por exemplo, vai de bicicleta para o trabalho. Ela morava na Argentina antes de voltar a trabalhar em São Paulo e, quando se mudou, deu prioridade à região próxima à sede. Ela diz que, por isso, sua rotina é mais confortável. “Se ficamos até mais tarde para um happy hour, por exemplo, é bem tranquilo para voltar para casa, não me preocupo tanto com horário.”

Migração

Trindade alega que a questão da mobilidade também é levada em consideração pelos candidatos a um emprego. “Quando falamos de profissionais que migram de cidade, principalmente para os maiores centros urbanos, o custo de vida próximo aos centros comerciais e de escritório é muito alto”, diz.
A especialista em recursos humanos da recrutadora Fundação Mudes Célia Gonzaga lembra que o crescimento populacional nos centros das cidades, ocorre principalmente por conta dos trabalhadores que tentam evitar o trânsito.
O gerente da Page Personnel também diz que, apesar de cada empresa ter um padrão, é importante que o candidato ofereça o
maior número de informações relevantes durante a seleção, e isso inclui o endereço.
“As informações pessoais são de extrema importância para avaliar a aderência e dar sequência à participação do profissional no processo. Mesmo não sendo fator decisivo, em muitos casos são pontos que não podem ser descartados. Elas ajudam na assertividade e na escolha do profissional para determinada posição, evitando assim perdas de tempo por ambas as partes”, diz Trindade.

Bem-estar

O presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Flávio Amary, cita um exemplo em que a empresa foi em busca dos funcionários para proporcionar essa melhora na qualidade de vida.
“Em Itaquera vai haver uma grande geração de empregos por causa da instalação de uma empresa de call center na região. Eles buscam atrair as pessoas que moram próximo à sede. Nesse caso, o trabalho foi em direção às pessoas, não o contrário”, afirma.

Para a diretora de Condomínios da Lloyd, Ana Moscato, os bairros mistos têm uma infraestrutura de serviços que agrada aos moradores em geral. “Há entretenimento, vida social à noite, restaurantes, centros comerciais, shoppings… tudo fica mais fácil”, analisa.

Créditos Ademi

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