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Avenida São João: histórias da cidade

por Lello Imóveis

A Avenida Paulista, até mesmo pelo nome, se firmou nas últimas décadas como a avenida símbolo da cidade. Atrativos para tal não lhe faltam, mas, como São Paulo é muitas, talvez seja bom lembrar também de outros espaços simbólicos da cidade, principalmente quando se tratam de lugares cheios de memórias, histórias e até músicas, como a Avenida São João. 

Cantada em duas músicas consideradas clássicas sobre a cidade: “Ronda”, de Paulo Vanzolini, e “Sampa”, de Caetano Veloso. Menos icônica, mas vinda de um compositor fundamental da capital paulista, a avenida é citada também em “Iracema”, de Adoniran Barbosa.

Conheça um pouco mais das curiosidades da avenida que embalou músicas e histórias paulistanas.

Musicalidade da Avenida São João

A Prefeitura de São Paulo anunciou recentemente a intenção de reformular a esquina que é chamada de a mais famosa da cidade. “Alguma coisa acontece no meu coração / Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João”, na letra de “Sampa”. 

Na esquina, está instalado desde 1948 o Bar Brahma, hoje um ponto turístico da cidade, mas antigamente um ponto de encontro da boêmia. Mesmo na sua fase atual, o palco do bar recebeu nomes importantes da MPB, como Cauby Peixoto e Elza Soares, que chegaram a fazer shows semanais.

Serão construídas quatro estátuas de símbolos de uma São Paulo antiga: um fotógrafo lambe-lambe, um engraxate com sua caixa e dos compositores Paulo Vanzolini e Adoniran Barbosa. 

Do samba à MPB

O samba dos engraxates, que ficou conhecido em meados do século passado, acontecia na Praça da Sé. “No coração da cidade/Hoje mora uma saudade/A velha Praça da Sé, nossa tradição/Da praça da batucada, agora remodelada/Só ficou recordação”, cantou o sambista Germano Mathias. Ele gosta de contar suas aventuras na “batucada feita na lata de graxa”.

Caetano Veloso mesmo terá de esperar, pelo menos se depender de recursos públicos, para ser homenageado na esquina que ele tornou famosa, na música composta em 1978 e que faz referência principalmente à cidade que o compositor conheceu na década anterior, quando seu mudou para cá. 

A gestão pública é impedida por lei de homenagear pessoas vivas. O que não impede que ele seja homenageado no local com uma obra bancada pela iniciativa privada.

Lançada em 1953, “Ronda” é um passeio pela vida boêmia da cidade, bem ao gosto de Vanzolini, um frequentador noturno da região. Ela conta a história de uma mulher que percorre a região em busca de seu amante e termina de maneira trágica, depois de encontra-lo “Bebendo com outras mulheres/Rolando um dadinho/Ou jogando bilhar/…/Cena de sangue num bar/Da Avenida São João”.

Também homenageado na esquina, Adoniran compôs uma canção trágica com o nome da avenida, lá nos anos 1950. O narrador conta que, às vésperas do seu casamento com Iracema, ela morreu atropelada ao atravessar a Avenida São João, “logo a São João”, “na contramão”. Atingido pela tragédia, o noivo guarda de lembrança as meias e o sapato da amada, pois havia perdido seu retrato.

O compositor contava que a ideia da letra surgiu depois de ler no jornal sobre o atropelamento de uma mulher na Rua da Consolação. A história inventada levou o acidente automobilístico para a avenida que ele frequentava. 

Na época, Adoniran morava na Rua Aurora, a poucas quadras da São João, e costumava levar suas composições para os Demônios da Garoa em um prédio na Praça Júlio Mesquita, onde ficava o Moraes, o Rei do Filet, um restaurante tradicional da cidade.

Região da Galeria do Rock e Largo do Paissandu.
Região da Galeria do Rock e Largo do Paissandu.

Pluralidade cultural da Avenida São João

Mas nem só de samba e MPB vive a São João. Na altura do Largo do Paissandu, fica a Galeria do Rock, com suas lojas de discos de vinil, moda, calçado e estilo. Bem ao lado, fica a Galeria Olido, onde funcionava o cinema de mesmo nome, um dos marcos da antiga Cinelândia paulistana. 

Remodelado, o prédio mantém uma sala de cinema da SPCine, teatro, espaços de dança e o Centro de Memória do Circo. A escolha do local tem sua razão: no largo ficou montado por mais de 30 anos o circo do palhaço Piolin, um dos mais famosos da cidade. 

Lá também ficava o Café dos Artistas, reunião de bares onde os artistas se reuniam noite adentro. Dessas memórias permanece lá o Ponto Chic, lanchonete onde foi criado o paulistaníssimo sanduíche bauru.

Largo do Paissandu

O Paissandu também é um ponto importante da cultura negra na cidade. Nele está a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, fundada em 1903, e ao lado dela, o monumento à Mãe Preta, inaugurado em 1955, do artista Júlio Guerra. 

A obra foi durante muitos anos a única representação de uma mulher negra entre os monumentos públicos e hoje causa discussões acaloradas por representar uma ama de leite, marca do período escravocrata.

Banespão

Originalmente, a Igreja do Rosário ficava no largo de mesmo nome, na atual Praça Antônio Prado, onde justamente começa a Avenida São João. A mudança foi imposta num processo de reforma da região.

Nesta praça, estão dois prédios icônicos: o Altino Arantes, antigo Banespa, e o Martinelli. Considerado o primeiro arranha-céu da cidade, o Martinelli foi construído nos anos 1920 com projeto do arquiteto húngaro Vilmos Fillingere. 

Para garantir que a construção era segura, seu idealizador, o empresário Giuseppe Martinelli, pediu para construírem no topo a mansão em que sua família foi morar.

O Altino Arantes foi construído entre os anos 1930 e 1940, com projeto inspirado no Empire State Building, de Nova York. Hoje Farol Santander, o prédio é um espaço cultural com bar e restaurante. Além da beleza do prédio em si, assim como o Martinelli, oferece ao público um mirante com uma visão extraordinária da cidade.

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