Analistas dizem que quando o indicador usado como praxe nos contratos de locação vai para as alturas em um ambiente de economia em crise e desemprego alto, surge espaço para muita negociação entre as partes.
A disparada do IGP-M, o índice que reajusta grande parte dos contratos de aluguel no país, está levando proprietários e inquilinos de volta à negociação.
A pandemia fez o cuidado com o lugar onde se mora ganhar ainda mais sentido para a publicitária Helena Machado: “É um cantinho bem especial”.
Aí chegou a hora do reajuste do aluguel e ela teve que negociar com o dono do apartamento. “Foi imediata a resposta dele que poderia ser por essa opção do IPCA de 3,17%, um valor quase que simbólico perto dos 20% na renegociação oficial”, diz a publicitária.
Histórias como essas tornaram as imobiliárias uma espécie de mediadoras de crise. Em caso de reajuste, a recomendação tem sido aplicar o menor índice de inflação.
“Uma vantagem indevida de uma parte ou de outra prejudica muito que essa relação se estenda e aconteça por muito tempo”, afirma Moira de Toledo, diretora de imobiliária.
Na pesquisa mais recente, o IPCA – índice do IBGE que calcula a inflação oficial do país – acumula alta de 5% nos últimos 12 meses até fevereiro. No mesmo período, o IGP-M – que reajusta aluguéis – disparou, chegou a 28%. E no acumulado até março subiu ainda mais.
Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2021/04/03/disparada-do-igp-m-faz-com-que-proprietarios-e-inquilinos-negociem-contratos-de-aluguel.ghtml