Viver na capital paulista exige planejamento. Cidade é considerada a mais cara do País, segundo pesquisa anual de custo de vida da consultoria Mercer
O sonho de morar sozinho significa privacidade, liberdade e autonomia. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 10,4 milhões de brasileiros moram desacompanhados atualmente, o que representa quase 15% de todos os domicílios do País. No entanto, para conquistar a independência pessoal e financeira é necessário muito planejamento. Especialmente quando o local escolhido é São Paulo, considerada a cidade brasileira mais cara, de acordo com dados da pesquisa anual de custo de vida, realizada pela consultoria Mercer.
O levantamento avaliou os preços em 209 cidades nos cinco continentes, incluindo imóveis, transporte, alimentação, roupas, utensílios domésticos e entretenimento. E constatou que diversos fatores, como flutuações cambiais, despesas de inflação de bens e serviços e volatilidade nos preços de moradia foram responsáveis pelos altos desembolsos.
Consumos
Por esse motivo, antes de deixar o ninho, é preciso compreender os gastos e ter organização. Para começar, mais do que o valor do aluguel, os principais gastos fixos são: condomínio, Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) pago à vista ou parcelado, energia elétrica, água, gás e internet. Também existem despesas com alimentação, produtos de higiene, limpeza e itens de manutenção da residência. Além disso, deve ser considerada uma reserva para possíveis emergências.
Locação
Segundo pesquisa do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo), o valor por metro quadrado (m²) de um apartamento com um dormitório na cidade varia de R$ 12,92 a R$ 48,61, de acordo com o bairro escolhido. Ou seja, com base nos dados, um apartamento de 50 m² pode custar mensalmente entre R$ 646 e R$ 2.430,50, dependendo da região.
Despesas fixas
- Condomínio – Pesquisa da Associação Brasileira de Síndicos e Síndicos Profissionais (Abrassp) calcula que o preço médio do condomínio em São Paulo é de R$ 430. O valor é R$ 80 a mais do que o valor de meio-termo nacional, R$ 350.
- IPTU – O morador da cidade da garoa paga, em média, R$ 1.398 de IPTU para um imóvel residencial, de acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), que analisou dados sobre o imposto de 53 municípios do País. O valor é o mais alto entre as 17 capitais avaliadas, seguido de Belo Horizonte (MG), que cobra R$ 1.176 na média, e pelo Rio de Janeiro, R$ 891.
Já entre as regiões da capital paulista, a pesquisa da administradora Lello Condomínios revela que os prédios da zona sul de São Paulo cobram as taxa mais altas da cidade, R$ 1.025, acima do registrado na zona oeste, por exemplo: R$ 894. No entanto, o valor mais baixo da taxa é encontrado na zona norte, R$ 521. E na zona leste, a taxa de condomínio paga pelos moradores é de R$ 608, em média.
- Internet – De acordo com a pesquisa realizada pela Melhor Plano, plataforma que compara planos de telecom em todo País, seguido do Amapá (R$ 59), São Paulo é o segundo Estado com o valor por mega mais caro, R$ 40.
É necessário atentar-se às operadoras que cobrem a região escolhida e os planos oferecidos por elas, visto que, dependendo da sua ocupação profissional, é fundamental contar com uma conexão de qualidade.
Despesas variáveis
Já as perdas fixas de custos variáveis, são as contas de energia elétrica, água e gás, cujos gastos variam conforme a utilização, ou seja, quanto mais tempo o morador passar em casa, mais caro pagará.
Ainda existem os indispensáveis gastos com alimentação, higiene e limpeza, que se dividem entre compras no supermercado, restaurantes e delivery. Esses valores são bastante pessoais e flexíveis, mas podem variar muito a depender da região e também do estabelecimento.
Reserva para emergências
Ter uma reserva para emergências é imprescindível para qualquer pessoa em qualquer circunstância, sobretudo para quem saiu da casa dos pais, já que o objetivo é ser independente.
A emancipação traz consigo uma série de responsabilidades e uma das mais relevantes é a necessidade de adquirir a capacidade de solucionar os próprios problemas, que engloba, diretamente, arcar com seus custos de vida individuais.
Como montar um orçamento?
Fazer um orçamento pessoal, que detalhe todas os recursos e despesas, é o primeiro passo para entender melhor a renda e colocar as finanças nos eixos. Veja o passo a passo:
1 – Levante todos os seus gastos;
2 – Levante suas receitas;
3 – Escolha uma boa ferramenta para anotar as despesas e as receitas. Planilhas podem funcionar muito bem, mas alguns aplicativos facilitam o trabalho;
4 – Divida o orçamento em dois grupos: gastos fixos e gastos variáveis;
5 – Crie metas para pagar dívidas ou economizar. Se as faturas vencidas não forem um problema, inicie destinando 10% da sua renda às economias e aos investimentos.