“De acordo com a pesquisa realizada, as pessoas levam, em média, três horas em deslocamentos dentro do município. Algumas exigências na escolha do imóvel são visando a mobilidade”.
A mobilidade urbana é um dos desafios contemporâneos das grandes cidades. Pesquisa realizada pelo Ibope apontou que, para o paulistano, o trânsito é o segundo maior problema da cidade de São Paulo, atrás da saúde.
A temática da mobilidade urbana tem impacto em diversas áreas, inclusive no mercado imobiliário. Existem pessoas que preferem morar em condomínios de apartamentos menores, com opções de lazer, desde que próximos do local de trabalho ou de estudos. Outras optam por casas espaçosas, mas distantes do trabalho.
Transporte
Para o público mais jovem, o fator determinante para a escolha do local de moradia é a proximidade com estações de metrô e trem. Essas pessoas querem estar perto do local de trabalho. Não precisam ter a propriedade do imóvel e tampouco usam carros.
A chamada “Geração Z” se interessa menos pelo acúmulo de bens. Para esse público, o mais importante é viver, em vez de ter. São jovens que valorizam a praticidade e as boas experiências da vida. Por esse motivo, o setor de locação imobiliária tende a se manter, conforme a economia do País for dando sinais de melhoras.
A maior demanda por aluguel de imóveis na cidade de São Paulo, entre as classes A e B, tem sido de apartamentos localizados em condomínios com opções de entretenimento e lazer e próximos de estações do metrô.
Para atender a essa nova demanda de locatários, mais exigentes, mais práticos e preocupados em viver boas experiências, proprietários e investidores devem estar atentos.
Com a queda na taxa de juros da economia, e o mercado de capitais volátil, investir em imóveis para locação é uma opção bastante interessante como complemento da renda, atrelada à valorização do bem.
Precaução
Entretanto, alguns cuidados são necessários para que o imóvel não fique muito tempo vago à espera de um inquilino. O primeiro passo, portanto, é adquirir imóveis em bom estado de conservação, com opções de lazer e situados nas proximidades de estações de metrô e trem ou de terminais de ônibus. O segundo é ter flexibilidade.
Os proprietários precisam estar abertos ao diálogo e serem flexíveis na negociação de valores e das condições contratuais da locação.
Caso o imóvel tenha problemas de conservação, um “banho de loja” pode ajudar. Nessas situações, é recomendável que o proprietário invista em reformas estéticas, como troca de pisos e azulejos, pintura de paredes e, se necessário, a pintura da fachada da casa.
Os interessados em alugar um imóvel devem ter uma experiência positiva ao visitar a unidade. A unidade precisa estar em ordem.
Um novo tempo se anuncia para o mercado imobiliário, com a mudança do perfil de público, muito mais preocupado com a moradia do que com a propriedade, mas por outro lado bastante exigente. Nesse sentido, os proprietários, mais do que nunca, precisam entender esses novos consumidores para atender à demanda e não deixar passar as boas oportunidades.
Roseli Hernandes, diretora de Locação da Lello Imóveis