Metrô, vagas de garagem, vista para áreas verdes e condomínios com boa infraestrutura, entre outros fatores, fazem o preço subir.
O preço de um imóvel varia de acordo com a infraestrutura do bairro, do condomínio, e claro, da própria casa ou apartamento. “Quanto mais funcionalidades o comprador tiver ao seu alcance, maior a chance de ele gastar mais com o imóvel”, diz o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), José Augusto Viana Neto.
Ou seja, tudo aquilo que o mercado comprador mais deseja encontrar em um imóvel, é o que o valoriza. Segundo Viana, acesso a transporte público, a avenidas importantes, a centros de comércio e a equipamentos de lazer e saúde importam, principalmente, para a classe média. “Os mais ricos não necessariamente se preocupam com a proximidade do metrô, por exemplo”, diz Viana. Outro fator de incremento no preço é o baixo número de terrenos disponíveis para construção de novos prédios em regiões já valorizadas. É o caso da Vila Nova Conceição, na zona sul, favorecida pela proximidade do Parque do Ibirapuera e de avenidas como Faria Lima, Santo Amaro e República do Líbano. “O bairro, historicamente, já tem status, a procura é maior do que a oferta e os apartamentos, mesmo os antigos, são muito bem cuidados. Isso faz com que o preço do metro quadrado varie de R$ 15 mil a R$ 20 mil”, diz o economista chefe do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Celso Petrucci. No médio prazo, Barra Funda, Ipiranga, Brás e Mooca também têm alto potencial de valorização, por serem próximos ao centro e estarem rodeados de bons serviços. “A Barra Funda, que ainda tem muita propriedade industrial, e o Ipiranga, que tem bom clima, boa altitude e muitos sobrados antigos, verão a substituição dos velhos imóveis por prédios”, diz Viana.
O fácil acesso a centros econômicos e comerciais é tão importante para o valor de um imóvel que algumas regiões mais valorizadas no passado estão vivendo uma queda no preço do m² , como é o caso do Morumbi. “O bairro se desvalorizou pela distância do metrô e falta de mais vias para reduzir o trânsito no local. Dessa forma, o Morumbi ficou ainda mais longe do centro da cidade”, diz o diretor de vendas da Imobiliária Lello, Igor Bastos Freire.
Petrucci diz que a curva de preço de um imóvel varia de acordo com a idade do empreendimento. Um exemplo: o m² de um apartamento na planta custa R$ 5 mil. Quando o prédio fica pronto, pode ser vendido por R$ 7 mil. Nos primeiros cinco anos de vida, a valorização continua. Depois, o preço se estabiliza, ou seja, há desvalorização real. Após 15 ou 20 anos, sofre com o fator de depreciação. As exceções ocorrem em bairros nos quais não há oferta de novos imóveis – como a já falada Vila Nova Conceição – ou em casos envolvendo casas e apartamentos antigos muito bem cuidados. “Um imóvel de 40 anos de idade com elétrica e hidráulica restauradas pode valer mais do que um novo que não tem acabamento de qualidade”, diz o professor da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas, Alberto Ajzental. Ele lembra que, no geral, os prédios mais antigos têm apartamentos maiores do que os construídos nos últimos 15 anos. Outros fatores internos e externos influenciam o preço dos imóveis. Veja quais são:
1. Transporte: Metrô por perto valoriza, mas ter a entrada de pedestres ou o ponto de ônibus na janela de casa pode trazer problemas como excesso de barulho.
2. Vagas: Cada vaga pode aumentar o preço em R$ 5 mil ou R$ 10 mil
3 – Varanda: A sacada é bem valorizada e sua área não é cobrada no IPTU
4 – Altura: Quanto mais alto, mais bonita a vista, mais luz e menos barulho
5. Acabamento: Qualidade da pintura, do piso e da fiação fazem diferença na hora da venda
6 – Segurança: Segurança é um dos itens mais importantes para o valor do imóvel
7- Insolação: Imóvel face norte, em geral, pega mais sol, e por isso, é mais procurado
8 – Lazer no Condomínio: Piscina, quadra, academia e condomínio bem cuidado dão valor aos imóveis
9 – Conforto: Armário embutido, ar condicionado e aquecedor à gás são pontos positivos
10 – Área Verde: Parques e praças em São Paulo aumentam o preço dos imóveis
11. Shoppings: Cinema, teatro, lojas e mercado de fácil acesso fazem valor do m2 subir.
Essa matéria foi veiculada primeiro no Estadão do dia 21 de Janeiro de 2017.